domingo, 17 de julho de 2011

poema no. 243

a moça tinha razão
ela não precisava tomar chuva só para marcar o ponto
ela ia se molhar toda e pegar um resfriado

o ponto podia esperar
todos a viram todo o dia

mas não houve quem a ouvisse
ela não recebeu o salário
e ponto final
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15/06/2011

poema no. 242

a casa de retaguarda S.F.A.
é uma incongruência

a banana é de primeira
e a carne é de terceira
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14/06/2011

poema no. 241

o estado
oprime
reprime
segrega
mas ainda vamos
leva-lo ao seu lugar

o estado
senhores
é um purê de batatas
e nada mais
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13/06/2011

poema no. 240

guerras
guerras
guerras
e uma revolução

o futuro
a quem pertence
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12/06/2011

poema no. 239

dizer no
amor
o mar
mais que
meu bem
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11/06/2011

poema no. 238

não sei mais
o que ocorre
em ti

tinha coisa
que eu não sabia

mas agora
não sei tu
não sei eu

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10/06/2011

poema no 237


o centro de são paulo está limpo

lavaram o cheiro de urina que tinha lá
e também as paredes pichadas
lavaram todas

e como profilaxia
detiveram todos os que urinavam e pichavam por ali

de vez em quando é necessário jogar água em pessoas nas ruas
(mas só nos que moram nas ruas e precisam urinar nelas)
e bater em gente que escreve nas paredes

mas o centro
veja
uma beleza
uma beleza
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09/06/2011

poema no. 236 ou cegueira

a garota me confirma
o emissário é muito belo

a vista é muito bela
a partir do deque

o mar é muito belo
e também a ilha
(a pequena ilha que vimos da ilha)

e se partir do poupatempo
em direção à praia
tudo fica cada vez mais belo

o problema
ela diz
são as pessoas mesmo
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08/06/2011

poema no. 235


ppppppppp
ooooooooo
eeeeeeeeee
sssssssssss
i i i i i i i i i
aaaaaaaaa

poezia
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07/06/2011

sexta-feira, 15 de julho de 2011

poema no. 234



















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06/06/2011

poema no. 233

um beijo é tanto
                  tanto

que se ocorre

um beijo
              é tanto
                 tanto

que me ocorre
              correr
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05/06/2011

poema no. 232


por entre teus seios
                tuas bocetas
                               (todas elas)
que me enchem de todos os prazeres
                               (todos eles)
pela pequena fenda onde te fodo
                                onde enfio meu uno e
        falas
                de meu
        falo

por entre os teus orifícios melados
escorregam meus amores sujos

(toda a lascívia imunda com que te amo)
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04/06/2011

poema no. 231


acolher
é proteger

é preciso mais
que ameaça
desconfiança e
fiança
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03/06/2011

poema no. 230


quando você surgiu
nua e úmida
com rosto de vontade

virei ateu
pra não fazer pecado
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02/06/2011

poema no. 229


gente morre sob tiros
gente morre sob castanhas
gente morre sob enxadas
gente morre
gente morre
gente morre

(o Estado mata)
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01/06/2011

poema no. 228


preciso

mais que necessário

exato
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31/05/2011

poema no. 227


poema
não é
exercício
do canto

é uma fuga
de Kant
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30/05/2011

poema no. 226


mudez
pela fala
pelo falo

pela nudez
desavisada
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29/05/2011

poema no. 225


há coisas muito chatas na revolução
seu longo não acontecer
por exemplo

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28/05/2011

poema no. 224

torta
a vida

torná-la direita

sinistra

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27/05/2011

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