Participaram dessa peça, além de mim, Fernanda Souza, Matheus e Sofia Boito, que também ficou a cargo da dramaturgia, Pedro, na música.
Nunca mais tive qualquer contato que valha registro com os integrantes da peça, mas hoje, relendo o necessário livro de Jean-Pierre Ryngaert, encontro, marcando um capítulo sobre Bernard-Marie Koltès (irônico, sim) um dos textos de Sofia Boito, que acabaram não utilizados no formato final da peça.
Não encontrei mais Sofia desde então, mas Sofia me encontrou. E com que força!
Abaixo, trecho de seu ótimo texto.
A fumaça de cigarro queimando os olhos. Tanto sofrimento para nada. Os goles de álcool que pareciam me deixar mais alegre, uma pessoa boa e confiável. Não existe nada. Porque mesmo quando há, são apenas pensamentos. O mundo é a confirmação das minhas imperfeições e incongruências. Sou um ser humano. Lá fora, para lá da porta da sala, o universo com aqueles seres que vieram para sorris. Não existe nada. Além da minha pele, meus pelos, meu sangue. Sou matéria viva, orgânica, exposta a degradação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário