os tempos são difíceis
menos porque as massas
ainda possuam ilusões burguesas
(menos
inclusive
porque a despeito do que me diga lenin
há o sentimento de que elas talvez sempre as tenham)
os tempos são difíceis
e não são porque às vezes me sinto só
com minhas companheiras
gritando para o vazio
são difíceis como poucas vezes o foram
e tampouco penso que seja
pela imensa apatia
que se abate sobre nós
os tempos são difíceis
e duros
e ásperos
porque sobre nós é despejado
todo o ódio
que brota
da estupidez estanque
do conservadorismo verdadeiro
marcadores que iam ser
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sábado, 30 de junho de 2012
segunda-feira, 25 de junho de 2012
poema no.271
acontece
companheiras
que sou machista
lutar contra o que sou
contra o que sempre fui
(e talvez
a despeito de nossa luta e de meu desejo
contra o que eu sempre seja)
é a luta a que não posso me negar lutar
não posso porque alguns fronts só eu os alcanço
companheiras
que sou machista
lutar contra o que sou
contra o que sempre fui
(e talvez
a despeito de nossa luta e de meu desejo
contra o que eu sempre seja)
é a luta a que não posso me negar lutar
não posso porque alguns fronts só eu os alcanço
e então
quando diante de todos e todas ou tod@s
surge aquela piada aquele escárnio aquele olhar de quem pode sobre quem não pode
quando diante de todos e todas ou tod@s
surge aquela piada aquele escárnio aquele olhar de quem pode sobre quem não pode
é que estou perdendo
(mesmo que diante do garçom
me recuse a aceitar a conta)
(não é de retórica a nossa luta
é de verdade)
(mesmo que diante do garçom
me recuse a aceitar a conta)
(não é de retórica a nossa luta
é de verdade)
sábado, 23 de junho de 2012
poema no. 270
não somos os mais numerosos
nem os mais organizados
nem os mais ofensivos
nem os mais radicais
mas os companheiros
e as companheiras
do m.e. da unifesp bs
certamente são daqueles
que mais se entregam
mesmo sem saber o que virá
e querendo aquilo
que a canção diz
a terra mãe livre comum
nem os mais organizados
nem os mais ofensivos
nem os mais radicais
mas os companheiros
e as companheiras
do m.e. da unifesp bs
certamente são daqueles
que mais se entregam
mesmo sem saber o que virá
e querendo aquilo
que a canção diz
a terra mãe livre comum
sábado, 16 de junho de 2012
poema no. 269 ou poema inaudível
22
estudantes
companheiros em luta
por uma universidade
pública
gratuita
de qualidade
e socialmente referenciada
foram agredidos e presos
qualquer coisa que se possa dizer
parecerá apenas mais um jargão
(não cabe no poema
o som dos tiros
e dos gritos da companheira)
quinta-feira, 14 de junho de 2012
poema no. 268
minha amiga nayara moreira gatti
fala
e a liberdade acontece
meu corpo se aquece na
fala
de minha amiga nayara moreira gatti
é que quando ela fala
eu digo o que eu ia dizer
e não preciso mais
(parece que minha amiga
a companheira nayara moreira gatti
sabe o que penso)
claro que pode ser apenas coincidência
ou a consequência de uma formação política com muitos termos em comum
mas na minha cabeça
só fica o calor que me produz a fala da companheira -
a minha amiga nayara moreira gatti
fala
e a liberdade acontece
meu corpo se aquece na
fala
de minha amiga nayara moreira gatti
é que quando ela fala
eu digo o que eu ia dizer
e não preciso mais
(parece que minha amiga
a companheira nayara moreira gatti
sabe o que penso)
claro que pode ser apenas coincidência
ou a consequência de uma formação política com muitos termos em comum
mas na minha cabeça
só fica o calor que me produz a fala da companheira -
a minha amiga nayara moreira gatti
sexta-feira, 8 de junho de 2012
poema no. 267
"Yo no canto por cantar
ni por tener buena voz
canto porque la guitarra
tiene sentido y razon (...)"
(Victor Jara)
sentir a razão
a dor da razão
ouvir a razão
e sentir mais pensar
não há paradoxo
não há dialética
não há síntese
mas é que a razão
torna-se sentir
e sentir torna-se
lutar
e quando
se sente a luta
e quando
a luta vira sentido
sonhar
pensar
lutar
torna-se intimidade
e
identidade
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