sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

dois poemas para dois olhos

1.
dois olhos
ensolarados
e enormes

finjo que
me olham
e
os olho
com olhar
de quem só os tem

(e nada mais)

2.
dois olhos
grandes
e negros

(como café
preto e forte
quente e cremoso)

finjo que
os bebo
os babo
me mancho deles
e eles ficam em mim pra sempre

(com seu aroma de manhã
despertando
meu afeto)

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

poema na dor de minha companheira

companheira
tu sabes
meu coração
mora contigo

dito isto
sei que por vezes
o mundo se apaga
a vida é dragada
e não há o que se diga
e não há o que se faça

(o mundo não acende
a vida não é regurgitada)

mas olha
sei que é pouco
mas cá estou

estou em cada instante
necessário
estou em cada momento
desejado
estou em cada segundo
que um sobressalto assaltar teu combalido coração

porque te amo

e não te preocupes
que isto não me fere

(amo-te de um amor
revolucionário)

amo-te
como amiga e companheira
e por isso me preocupo
e por isso te quero
bem

pra que minha amiga
siga rindo
de bobeiras
de tolices
e de mim

pra que minha companheira
siga em luta
(que ela está
entre as pessoas
imprescindíveis)

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

breguice

é isso
sou brega
cafona
bestinha

dou de achar lindo
quando se pensa junto
dou de me achar doido
quando te anseio muito
dou de achar doído
quando me pões mudo

dou para dançar com ênfase
para me veres
dou de cantarolar com êxtase
pra me ouvires

não chego junto
não tenho rumo
não tomo prumo

no fim de tudo
era só breguice
           cafonice
            bestice

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