A Satiko
acho que você não notou
mas quando escrevo pra você
é que minha cabeça desassossegou
marcadores que iam ser
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segunda-feira, 30 de abril de 2012
sexta-feira, 27 de abril de 2012
poema no. 261
um sorriso insone
duas ou três palavras
duras
ou
tolas
e o mundo todo
parece duro e tolo
duas ou três palavras
duras
ou
tolas
e o mundo todo
parece duro e tolo
quinta-feira, 26 de abril de 2012
poema no. 260
andar o caminho do futuro
com as pernas do passado
sendo alienado do presente
de repente sentir-se
um pária
com as pernas do passado
sendo alienado do presente
de repente sentir-se
um pária
quarta-feira, 18 de abril de 2012
poema no. 259
um poema inédito
tem todo o ineditismo
de que se precisa pra não fazer ciúme
mas sempre há o risco
de que não seja belo
de que não seja lindo
de que não seja bonito
e aí
o que fazer com um poema inédito
mas de pouca pertinência
estética?
tem todo o ineditismo
de que se precisa pra não fazer ciúme
mas sempre há o risco
de que não seja belo
de que não seja lindo
de que não seja bonito
e aí
o que fazer com um poema inédito
mas de pouca pertinência
estética?
terça-feira, 17 de abril de 2012
poema no. 258
não tenho certeza se
gentileza
gera
gentileza
mas algo ocorre
na aspereza
e não digo da aspereza
de mãos
ou calos
ou mesmo de palavras
essa coisa quase abstrata
digo da aspereza concreta
da concretude áspera
do ar que me circunda
e que me vara
por todos os orifícios
sem qualquer
lubrificação
gentileza
gera
gentileza
mas algo ocorre
na aspereza
e não digo da aspereza
de mãos
ou calos
ou mesmo de palavras
essa coisa quase abstrata
digo da aspereza concreta
da concretude áspera
do ar que me circunda
e que me vara
por todos os orifícios
sem qualquer
lubrificação
domingo, 15 de abril de 2012
poema no. 257
amor
mais pessoas
ou menos pessoas
não nos farão mais felizes
ou menos
será da imensa incompletude
que sempre coube a nós
que virá o êxtase
maior
mais pessoas
ou menos pessoas
não nos farão mais felizes
ou menos
será da imensa incompletude
que sempre coube a nós
que virá o êxtase
maior
poema no. 256 ou Feixe de Palha
um feixe
desordenado
emaranhado
menos feixe e mais novelo
mas um novelo
que sabe
que vai
um novelo que se quer feixe
e que se deixa
ser
desordenado
emaranhado
menos feixe e mais novelo
mas um novelo
que sabe
que vai
um novelo que se quer feixe
e que se deixa
ser
poema no. 255
não sou um grande revolucionário
li pouco marx
li pouco engels
li pouco trotsky
li pouco lênin
de bakunin
e todos os anarquistas
quase nada
mas
e essa vontade
de que o mundo se exploda
e recomece com justeza?
li pouco marx
li pouco engels
li pouco trotsky
li pouco lênin
de bakunin
e todos os anarquistas
quase nada
mas
e essa vontade
de que o mundo se exploda
e recomece com justeza?
poema no. 254 ou Nu feminino no azul
sábado, 14 de abril de 2012
poema no. 253
amizades coloridas
em imagens preto-e-branco
amizades doloridas
levadas em fogo brando
(até na amizade
a dialética)
em imagens preto-e-branco
amizades doloridas
levadas em fogo brando
(até na amizade
a dialética)
terça-feira, 10 de abril de 2012
poema no. 252
A Su, Saty e Lila
tornar o amor
livre
ser livre e comungar a liberdade com
o outro
tornar vazio
todo verbo que amarra
todo olhar que prende
todo gesto que segura
tornar liberto
o que era
encoberto
segunda-feira, 9 de abril de 2012
poema no. 251
realidade
é a dureza
de ter frio e fome
e perder filhas
e filhos
por frio e fome
nenhuma canção
nenhum poema
nenhuma fotografia de belos corpos felizes e expostos
mudará a dureza
de ter frio e fome
e perder filhas
e filhos
por frio e fome
mas algo em mim
algo que sofre e que refuto
me quer em devaneios
e em colapsos
algo em mim me faz acreditar
que poemas verterão milho dos versos
que canções cobrirão corpos em tremor
há algo que me quer louco
e louco
sofro
e refuto
é a dureza
de ter frio e fome
e perder filhas
e filhos
por frio e fome
nenhuma canção
nenhum poema
nenhuma fotografia de belos corpos felizes e expostos
mudará a dureza
de ter frio e fome
e perder filhas
e filhos
por frio e fome
mas algo em mim
algo que sofre e que refuto
me quer em devaneios
e em colapsos
algo em mim me faz acreditar
que poemas verterão milho dos versos
que canções cobrirão corpos em tremor
há algo que me quer louco
e louco
sofro
e refuto
domingo, 8 de abril de 2012
poema no. 250
estar pleno de ti
ser pleno
e sentir
sentidos vãos e insanos
não preciso o que sinto
não preciso do que me é privado
é público o que sinto
e tu me tornas
além
ser pleno
e sentir
sentidos vãos e insanos
não preciso o que sinto
não preciso do que me é privado
é público o que sinto
e tu me tornas
além
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