não farei o poema de minha tristeza
minha tristeza não cabe no poema
tampouco farei o poema
onírico
de ventos que uivam
de folhas cortantes de cana verde
de cabras imaculadas
meu poema não é de sonhos nem de dor
não farei o poema de meu imenso amor
sobre o meu amor intenso e imenso
não porque ele não caiba no poema (e não cabe)
mas porque ele já não cabe em mim
meu poema será sobre nada
sobre o vazio
sobre a ausência
que se encerra
em mim
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