quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

poema no. 344

em pensar
em cada folha do carnê
em cada garfada de arroz com bisteca
em cada casa com seus vazamentos e sinais de umidade verde
morro como se a vida acabasse
se esvaziasse
se esvaísse vazia e flácida

em pensar
que nada supera o capô de meu carro que teima em não fechar
que nada supera o banho apressado entre o almoço e o ônibus
que nada supera o ônibus entre o banho e a aula que é ansiolítica
tendo a viver de suspiros
com um olhar de peixe morto
como os do mercado de peixe que frequento às quintas
só que vivo

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