sábado, 21 de dezembro de 2013

poema desimportante

duzentos
duzentos mil
duzentos mil milhões de poemas

que sejam

não são aquilo que há
de mim
sobre ti

mas

o encantamento sapiente
que me faz saber-te
encanto enquanto
um instante
(um ano
duzentos mil milhões de anos)
se demora entre nós

o saber-me nuvem
pronto pra chover
pra ser um aguaceiro
um salseiro
um pé d'água
de mágoas
se massas quentes de ti se chocam
contra mim

o estar sempre pronto
a dizer sim
a ouvir não
a lançar mão
de quaisquer advérbios
que intensamente me ponham em dúvida
que este é o modo que se afirmam
nossos tempos

o calor que se dá no escuro
em frente à água fria
que chega à bacia de santos
pelo oceano atlântico
e que não chega
a tocar nossos pés

(não é versar meus versos
que te levará a saber
o que te faz em mim
é versar o meu anverso)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...