terça-feira, 17 de julho de 2012

poema no. 277 ou estranhamento

é triste
mas poemas

são produto de trabalho

(quero dizer que poemas não surgem de uma essência apaixonada e incauta mas de um intenso e preciso processo de transformação da natureza a partir de um devaneio prévio)

não sou iluminado
       suo fatigado
cada letra pesada
que carrego

cada vírgula que arranco
cada bocado de sujeitos que preciso ausentar de predicados

é desconstruir línguas e realidades
o meu trabalho  

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