sexta-feira, 20 de julho de 2012

poema no. 279 ou desculpas

desculpe
a importância está cá dentro
as explosões

estão todas cá

nada morreu
senão eu
e o que eu fui

senão eu
e o que eu não fui

e nada morrerá
a não ser eu
e o que eu não for

ainda estão cá
todas as lágrimas
e todo o doce salobre
                          sobre o mel
estão aqui todos os tremores
e a mudez que se precipita em sua nudez
todos os versos estão cá
o desejo de tua umidade
o precipício que se abre quando estou no beco
que é seu corpo

nada nada nada
morreu

a não ser eu
e o que já não sou

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