segunda-feira, 8 de julho de 2013

poema vasto

deste poema
que acontece com chuva
e tremor

que acontece na ausência de coragem

o que ficará é a mucosa de minha garganta
arranhando
enquanto canto
canções uruguaias
que já foram mais fáceis de serem cantadas

pois eram mais jovens
as canções e minha voz

o que ficará
é cada gota gorda de chuva que cai
e as sei uma a uma
e saberia reconta-las de trás pra adiante
e em pares
e em trios

que este momento
não é um momento
mas uma imensidão

e se reprimo meus músculos
e se comprimo meu sofrimento
e se respiro saudades

é que não me basto
não me caibo em tanta 

mas me vasto

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