quinta-feira, 28 de novembro de 2013

poema laboral

(para Ivelize
que começou o poema)

a mão que trabalha
a coisa
e faz dela
o que uso
e se suja
e caleja
e sua
a sua concretude
é mão de trabalhadora
é mão de trabalhador

a mão que trabalha
a coisa
com muitas mãos
de todos os lugares
e faz dela uma abstração
um número
que vira outra coisa
(coisa que uso)
é mão de trabalhadora
é mão de trabalhador

mas a mão que garante
direito
e que por vezes
muitas vezes
descerra a mão que luta
é preciso que se encare
a verdade que é dura
não é mão que trabalha
por mais seja
uma mão que labuta

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