domingo, 17 de outubro de 2010

Poema no. 4

Há dores tão imediatas
A fome alheia se escancara no passeio público

Contudo, meus olhos estão fechados
e meu nariz, tapado
(finjo não sentir o fedor de sangue e merda que emana do corpo
quase morto que se estende por meu caminho e que pulo sem notá-lo)
por um instante imagino que a vida seja bela
prédios tão altos denunciam a arquitetura contemporânea de vidro e aço

E sigo em paz, sem pensar no que se há por fazer.

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