segunda-feira, 15 de outubro de 2012

poema no. 308



"Dizem que é um colosso
Por dentro e por fora
É gente como a gente
A gente sente
Pois se aperta ela chora"
(Luiz Tatit)



não posso tudo
não posso nada
       posso mesmo muito pouco

(buscar água num
       poço

buscar bosta num
       fosso) mas se

não posso tudo
não posso nada
       posso mesmo muito pouco

por que
       ouço a mesma fala
                o mesmo falo
que me toca e me diz que
       posso
       posso
       posso (e então me
       torço)

                o que 
      posso
é saber o que
      posso
é saber que

não posso tudo
não posso nada
       posso mesmo muito pouco

(chorar a água de um
       poço

verter-me em bosta num
      fosso)

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