A arte também é líquida |
Zygmunt Bauman é um sociólogo.
Ele pensa que a vida moderna não é senão uma vida para o consumo. A modernidade, para ele, é líquida. Nada é capaz de se sustentar em nossa sociedade, as relações são efêmeras ao ponto de não serem. O tempo é pontilhado, não linear. Há pequenas porções de tempo que se sucedem uns aos outros e um não pode ter relação com o outro.
Por isso, buscamos sempre algo novo que substitua o velho. E isso em tudo. Novos carros, novas tevês, novas músicas, novos amigos e amantes.
A arte, nessa realidade está posta como tudo o mais. Como algo que pode ser comprado e descartado. Num tempo que é pontilhado, a arte de agora não pode mais servir para o próximo ponto. Há que se criar algo novo, para não se correr o risco de parecer ultrapassado. Assim, a arte passa a funcionar como produto, algo produzido sob os métodos da indústria, de acordo com a demanda atual (não há demanda duradoura, assim, num próximo momento, a demanda terá de ser analisada novamente e a produção revista).
Nasce a indústria cultural. Um tipo de indústria nada particular. Bem geral. Que quer tudo o que todas querem: lucrar. E o lucro depende da venda em maior número possível. Isso só pode ocorrer se a sua indústria caminhar sempre no mesmo sentido da sociedade que comprará os seus produtos.
A arte, assim, passa a não ter nenhum posicionamento crítico. É apenas um mantenedor do status quo. A arte passa a não funcionar mais como arte. Nasce a cultura de massa.
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