terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

poema no. 118

a saída

à saída

porque quando meu pai disse que tinha nojo de tudo isso
o acusei de reacionário e pelego

e agora
quando podemos construir o futuro
quando acho que podemos
ser flecha e arco
(ingenuidade de canção infantil)
quando estamos a um passo de consolidar
algo tão belo
e tão

por que é que no fim das contas
estamos um com a mão no pescoço do outro

por que é que esperamos que o acaso interceda por nós
por que é que estamos esperando

não sou eu
nem niguém
mas é que hoje houve tanta burrice de ambos os lados

e ambos eram o mesmo

2 comentários:

  1. mto bonito, Maurício! PARABÉNS!
    é mandar pra Edileuza, seguido de "Remorso", do Olavo Bilac:

    Às vezes uma dor me desespera...
    Nestas ânsias e dúvidas em que ando,
    Cismo e padeço, neste outono, quando
    Calculo o que perdi na primavera.

    Versos e amores sufoquei calando,
    Sem os gozar numa explosão sincera...
    Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera
    Mais viver, mais penar e amar cantando!

    Sinto o que esperdicei na juventude;
    Choro neste começo de velhice,
    Mártir da hipocrisia ou da virtude.

    Os beijos que não tive por tolice,
    Por timidez o que sofrer não pude,
    E por pudor os versos que não disse!

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  2. Valeu, Bernardo. Mas não escrevi pra Edi, nem pra ninguém. Aliás neste "ambos" estou incluído.

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