terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Arte pela Arte

     Ferreira Gullar, em Vanguarda e Subdesenvolvimento - Ensaios sobre Arte, levanta a questão, entre outras, da arte preocupada (termo meu). Não só consigo mesma, mas com a sociedade de seu tempo.
     A esta arte "engajada", "preocupada", ou mais, "agente", opõe-se a "arte-pela-arte" - uma arte que não se preocupa senão consigo mesma, com sua forma e sua estética. A arte abstrata, se coloca nessa classificação. O abstracionismo preocupa-se com o forma, a geometria e esquece-se das pessoas. 
     É claro que a arte abstrata tem grande importância na evolução das artes no sentido de dar novos rumos ao senso estético vigente.
     Contudo, a arte deve se abster totalmente de discutir a sociedade? Deve furtar-se à possibilidade que lhe é dada de escancarar mazelas sociais e ser uma arte totalmente descompromissada? Artistas como Cildo Meireles, Portinari e Picasso pensavam que não.


Cildo Meireles -  ‘Inserções em Circuitos Ideológicos:
Projeto Cédula: (Quem Matou Herzog?) 1970
CANDIDO PORTINARI, Retirantes (Retirantes), 1944
Óleo s/ tela 190 x 180 cm.


Pablo Picasso - Guernica - óleo s/ tela - 350 x 782cm - 1937

Um comentário:

  1. Talvez o abstracionismo seja o ponto onde a sociedade esqueceu da arte, e então a arte preocupou-se mais com as formas, já que a maioria das pessoas não lhe davam a devida importância...
    Quando eu digo que fiz vestibular pra artes visuais, me olham com certa surpresa, e ainda perguntam "de onde tu vai tirar o teu sustento?" Daí eu invento qualquer coisa. Mas sabe, estou começando a me cansar da figura humana, do realismo em si.

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