Ontem esbocei a respeito da arte em regimes autoritários e sobre a arte comprometida. Hoje, trago uma canção que vai ao encontro destes temas. Todos os Olhos, do disco homônimo de Tom Zé, é uma ode à iniciativa, um grito contra a omissão. Num momento em que muitos preferiram "não saber de nada", Tom Zé não se absteve e pôs a cara a tapa.
Pagou seu preço: Todos os Olhos o colocou no ostracismo. A capa ousada de Décio Pignatari (o olho do cu na vitrine das lojas já seria ousado hoje, quanto mais em 1973), as dissonâncias, as improvisações, tudo isso era demais para a época. Tom Zé, já foi dito, faz a música que virá a ser. Todos os Olhos sempre foi. Nós é que não éramos.
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