quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Cultura Popular na Sociedade de Consumo

   Há dois dias o esboço de blog que ia ser publicou o esboço Arte de Massa x(?) Arte de Elite (veja aqui). Neste esboço, passei rapidamente pela cultura popular.
   A cultura popular enfrenta problemas semelhantes em tempos de consumismo sobre tudo. A oposição feita naquele esboço se dá pelo fato de haver uma contraposição mais nítida entre cultura de massa e de elite. A cultura popular, no senso comum, se confunde, às vezes, com a cultura de massa. Tem-se a impressão de que "É o Tchan" era uma expressão popular de cultura e por isso agradava o "povo". Claro que isso não é o que se deu. Contudo, essa era a versão em que o público do Tchan era levado a acreditar.
   Mas a questão é que mesmo culturas popular e de elite podem se confundir, mostrando que classificar a cultura não é algo simples nem eficaz. Chico Buarque é um compositor popular, mas é consumido principalmente pelas elites. Jonh Willians é um compositor erudito (próprio da cultura de elite), mas suas composições atingem a massa.
   Como a sociedade de consumo afeta a cultura de modo geral. A de massa foi criada pela sociedade de produção e a socieadade de consumo a levo às últimas consequências. A cultura de elite passa a adotar os mecanismos da cultura de massa para atingir seu público - a elite econômica.
   A cultura popular também o faz. Quem não se espantou ao ver Caetano Veloso gravando Sozinho, de Peninha. A questão aqui não é a qualidade da música, mas os motivos que o levaram a tal. Depois de conseguir vender mais de 1 milhão de cópias de seu disco, Caetano gravou outras canções do universo "brega". E porque? Porque Caetano passou a se identificar com estas canções. Ora, Caetano e sua gravadora estavam em busca do público. Dos consumidores. Villa -Lobos disse que o artista deve almejar atingir as massas, contudo, quando você passa a ter uma lógica industrial para tanto, a arte é posta de lado e fica o produto cultural.
   Zygmunt Bauman nos traz a visão de que a sociedade de consumo só é capaz de aceitar um estilo de vida em seus membros - o consumista. Qualquer estilo de vida que seja alternativo a este é rechaçado. Assim, para fazer parte da sociedade, é necessário que o consumo seja uma atividade urgente na vida do indivíduo.
Dessa forma, a cultura popular, como tudo nesta sociedade, passa a ser apenas um objeto de consumo e concorre com outros objetos de consumo. Como se vender em meio à tanta concorrência? Através da lógica empresarial.
   A cultura é posta entre as massas de tomate e o macarrão. Ao lado do queijo ralado numa gôndola de supermercado.

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