quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O Mal

   Faz um certo tempo que não ouço a expressão "poeta maldito".
   Essa expressão, de origem francesa, caracteriza o poeta de vanguarda que se desliga das regras sociais vigentes, que poderiam aprisionar a poesia numa banalidade através do aprisionamento do poeta. Dois malditos foi sempre lembrados são Baudeleire e Rimbauld.
   No Brasil, a Geração Mimeógrafo artista influenciados pela Tropícália e que abandonam os meios tradicionais de veiculação de suas obras (editoras, gravadoras etc.) tem os malditos mais celebrados por aqui. 
   Os poetas da Geração Mimeógrafo, que praticavam a Poesia Marginal, lançavam mão de mimeógrafos e fotocopiadoras para vender seus poemas em praças, vias públicas.
   Torquato Neto, Roberto Piva (que não chegou a se utilizar deste métodos de circulação, mas era um maldito), Waly Salomão, Capinam, Schuarz, e Chacal são alguns dos nomes mais lembrados.
   De um tempo pra cá, até pela consolidação da sociedade pós-moderna, que não quer tanto romper, mas se ligar ao passado, poetas malditos, marginais, artistas marginais como Plínio Marcos, não são mais vistos, ouvidos. Há, decerto, mas em qualquer beco ao qual não tenho acesso (e tenho a muitos).
   Este esboçador esboçará sobre alguns dos nomes aqui citado durante os próximos dias. Aguarde.
   Abaixo, Roberto Piva

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